domingo, 4 de novembro de 2007

Uma viagem pelo norte de Portugal - Viseu e Vila Real.

"O tempo não sabe nada
o tempo não tem razão
o tempo nunca existiu
o tempo é nossa invenção"

J. Palma

Não foi para falar de tempo que fiz esta mensagem. Pois se falasse de tempo ... ele já tinha passado...

... passou-se no dia 20 e 21 de Outubro quando saimos de manhã rumo ao norte de Portugal.

Avançámos lentamente pela N1 até Coimbra.
seguindo pelo IP3, depois pelo IC12 e por volta das 14 horas
estávamos em Viseu.
A fome estava a apertar e era necessário parar e descansar um pouco. Ao entrar numa das centenas rotundas liguei o estação de rádio da RFM e ouvimos a rúbrica GPS.
Não podia coincidir melhor! Estava mesmo a aconselhar sobre o que podemos visitar em Viseu. Aqui podiamos comer! Anunciava um Festival de Sopa.
Fomos logo a correr para o Pavilhão do INATEL! Iria haver muita sopa mas só lá para o jantar... eo que nós queríamos mesmo é almoçar.


Restaurante de I classe

A tarde já ia longa e tínhamos que improvisar um restaurante e assim foi numa das ruas de Viseu. O local não era o mais indicado para se comer.
Mas tudo se resolveu com o saboroso prato de Cuscuz. É um prato originado do Maghreb (couscous), região do norte de África.

Como agora não tenhos mais nenhuma ideia para descrever o quanto é bom esta comida, deixo aqui a receita que encontrei na Internet. Eu não tenho que me preocupar, pois em princípio tenho quem mo prepare.

mesmo assim aqui fica a receita.

Receita de Cuscuz de Galinha


Enviada por: tó manuelCategoria: Pratos Principais - Aves
Ingredientes:
600 gr de galinha limpo(s)
3 dente(s) de alho picado(s) finamente
1 unidade(s) de cebola ralada(s)
3 unidade(s) de tomate
1 folha(s) de louro
1 unidade(s) de cebolinha verde
3 colher(es) (sopa) de óleo de soja Sadia
1 lata(s) de ervilha
1 vidro(s) de palmito
50 gr de azeitona preta
2 unidade(s) de ovo cozido
2 xícara(s) (chá) de farinha de milho amarela
2 copo(s) de água
quanto baste de sal
quanto baste de pimenta-do-reino branca moída(s)
Preparação:
Doure no óleo a cebola e o alho. Junte a galinha em pedaços. Frite em fogo baixo até a carne dourar. Acrescente os tomates picados, o sal , a pimenta, a folha de louro. Adicione três copos de água e cozinhe em panela de pressão por 20 minutos. Depois de cozido, retire os pedaços de galinha, elimine os ossos e as peles e corte a carne em pedacinhos. Junte essa carne ao caldo em que foi cozida, acrescente a ervilha e o palmito cortado em rodelinhas. Deixe ferver. Se o caldo for pouco, junte o restante da água. Adicione, aos poucos, a farinha de milho e mexa com uma colher de pau. Cozinhe por 3 minutos antes de desligar o fogo. Coloque a cebolinha picadinha. Enfeite numa forma de cuscuz com rodelas de ovos e azeitonas. Despeje a massa do cuscuz. Desenforme depois de frio.

retirado de

http://www.moo.pt/receitas/receita/pratos_principais/cuscuz_de_galinha/QyE3Tbika9CLLaVG/

Pelas ruas de Grão Vasco

Quem pensa que Grão Vasco é somente um bom vinho da zona do Dão está um pouco enganado.

Grão Vasco foi um pintor português da época Quinhentista que nasceu provelmente em Viseu. Seu nome original é Vasco Fernandes e as suas pinturas são predominates no norte de Portugal.

Grande parte dos seus trabalhos estão reunidos expostos no Museu Grão Vasco. Junto à Sé Catedral.

Aqui estamos o Adro da Sé, considerada uma das mais belas praças de Portugal.

Ao centro encontramos um cruzeiro em Granito com a vista da sé ao fundo.

A Sé Catedral remonta aos séculos XIII e XIV e é de estilo Românico-Gótico.

Em frente á Sé Catedral temos a Igreja de Miséricordia cuja a construção remonta ao Séc XVIII





Aqui temos a estátua de D. Duarte.

Aqui nasceu e teve grande importância na criação da feira de S.Mateus.











Feira de Antiguidades













Suzete no Parque da Cidade "Aquilino Ribeiro"





Igreja da Ordem Terceira de São Francisco, conhecida pela Igreja dos Terceiros.



Uma pequena maravilha datada de meados do Séc. XVIII, estilo Barroco, e dedicada a Francisco de Assis.











Painel de Azulejos a retratar a antiga feira do gado, a pastorícia e outras actividades tradicionais.




Porta do Soar ou Arco dos Melos, uma das portas da muralha que na época medieval protegia a Cidade.
Das sete entradas desta muralha, apenas se conservam duas.









Já um pouco mais afastada da cidade encontramos a Casa da Ribeira, na qual funciona a Fundação da Câmara Municipal de Viseu para a protecção do Artesanato.

Neste espaço existem oficinas de artes e ofícios tradicionais - olaria, tecelagem, trabalhos em madeira e em pedra, cestaria, flores etc.

Terminada a nossa visita pelo centro histórico de Viseu, fomos comer umas sopas e prepararmo-nos para uma vigem até Vila Real.





VILA REAL


Chegámos a Vila Real já de noite, e dirigimo-nos para a pousada da juventude. Esta estava lotada, procurámos a segunda alternativa, Parque de Campismo.
Como já era noite pensava que ja estava fechado. tivemos sorte, ainda nos atenderam!
Menos sorte tivemos com o frio.

Com este hotel só não dorme quem não tem sono, eu dormi muito bem!! Menos sorte teve a Suzete que, pela primeira vez a acampar, não ferrou olho... Paciência, para a próxima acampamos no Verão...
De manhã demos um pequeno passeio pelo Parque de Campismo e trocámos umas palavrinhas com um grupo de casais do Porto.
Eram a família da "carabana".
"carabana" para aqui, "carabana" para ali... e concluimos que este casal acampava todos os fins-de-semana. Tudo bem, aliás, tudo óptimo até saber que acampavam sempre no mesmo parque e deixavam o tempo passar no parque. Parece-me bom para descansar, mas péssimo para conhecer... e para quê a conversa da "carabana".

Fomos até ao centro de Vila Real e seguimos a seta de Posto de Turismo... Como é domingo é lógico que está fechado. Uma lógica que não se entende. Quando tiver um trabalho de fim-de-semana e poder passear os restantes dias, os Postos de Turismo ser-me-ão muito úteis.

Com pouca informação lá seguimos até encontrar uma Janela Manuelina. e avistar o Marão...





Provesende

Saímos de Vila Real rumo a Sabrosa para nos encontrarmos com a Dulce, uma amiga minha dos tempos de Curso Superior. Isto de estudar fora tem muitas vantagens.

Almoçámos Pizza cozida do forno a lenha. Muito boa! E seguimos até Provesende.

Provesende situa-se num ponto alto da região, na descida para o vale que termina no rio Pinhão, o qual é dominado pelo monte de São Domingos, que apresenta vestígios de um castro lusitano e de onde se desfruta uma magnífica vista.
Com a ocupação moura e a reconquista pelos cristãos, foi doada aos Congregados de Santa Marinha por D. Afonso Henriques originando uma lenda – a lenda de Zaide, que deu o nome Provesende. Ainda hoje se conserva o seu pelourinho, em memória da autonomia municipal que usufruiu, a qual foi extinta no século XIX. Prova do seu poder é o riquíssimo conjunto urbanístico de 11 solares e casas brasonadas. A não perder é também o Encontro Regional de Cantares das Janeiras, evento bastante animado e com exposições de produtos da região.

N terra do vinho não podia faltar uma visitinha a uma adega típica.













Os solares e casas brasonadas, com os lindíssimos brasões. Sugundo a tradição sempre que morre alguém da família os brasões são tapados com um pano negro, simbolizando o luto. Esse pano só sai com o desgaste sofrido pelo vento e chuva, só se quebra o luto quando o pano cair.

Foi uma linda tarde, Obrigado Dulce!








Rio Pinhão.
























Aqui fica o sonho dum cruzeiro pelo Rio Douro!









Salzedas

Rumámos a Sul e chegámos a Salzedas!

O nome Salzedas provém do latim Saliceta que significa salgueiral, vegetação muito abundante nas margens do rio Varosa, que por ali corre. É de povoamento muito antigo. Por aqui passaram Lusitanos e Romanos, Suevos e Visigodos e, mais tarde, Muçulmanos.
A génese da sua história remonta ao lugar a que hoje se dá o nome de Abadia Velha e a sua povoação cresceu em torno do Convento de Santa Maria de Salzedas.O grande ex-libris é o Mosteiro Cisterciense de Santa Maria de Salzedas mandado erigir por D. Teresa Afonso, mulher de Egas Moniz, aio de D. Afonso Henriques. De estrutura românica, completamente remodelado no século XVIII e a sua igreja sagrada no século XIII, representa um dos mais ricos e emblemáticos mosteiros de Portugal.

Salzedas estava em festa, o que permitiu rir um pouco com Pedro Tochas ...











... e assistir ao ensaio de uma banda e ver uma exposição de aguarelelas.

















Já estávamos no cair da noite, embora isso não significasse que vai cair o mundo... pelo menos podiamos cair de cansaço... estava na hora de regressar e fazermo-nos à estrada...

Passear pelos sucalcos do Douro é muito melhor do que ir ao centro comercial e comprar uma garrafa de Vinho do Porto. É imperioso dizer "toca a sair dos limites comerciais" ...

Tudo muito bonito! Agora só falta visitar as restantes Aldeias Vinhateiras do Douro... Até à primavera!

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

De Punhete a Constância

05 de Outubro, um feriado de bicicleta a pedalar no magnifico local onde o Rio Tejo e o Zêzere se abraçam.




Antes de descrever a viajem que eu e a minha namorada, a Suzete, fizemos no dia 05 de Outubro de 07. Começo por apresentar a Vila de Constância e algo do que se pode ver por lá.
Esta vila que conflui de dois rios muito importantes, o Rio Tejo e o Zêzere, tem como primeiro nome Punhete, e deixem-se de ideias, pois esta palavra deriva do Romano “pugna tagi” (luta do Tejo).
Em 1836 D. Maria II, mudou o nome para constância, devido à “constância” que os seus habitantes demonstraram no apoio à causa liberal.
Notas históricas.
1150 – Conquistada aos mouros
1571 – Transformada vila por carta de D. Sebastião.
1548 a 1550 – terá vivido aqui Luís de Camões.
1808 - Reuniu-se o exército inglês, para lutar contra os franceses.
1810-1811 – Invasões francesas sob comando de Napoleão Bonaparte.


Destas invasões ainda sobreviveram algumas preciosidades, e outras foram recuperadas, que vos mostro.


A Igreja da Misericórdia que possui um encantador retábulo de talha dourada, do século XVII e um vasto conjunto de azulejos seiscentistas.





Constância é uma pequena Vila fresca. Frescura, transmitida pelo verdejante das ruas, o exuberante das flores, a predominância do amarelo enviando raios de sol a cada esquina. E a frescura das águas dos rios Zêzere e Tejo.
E é assim Constância, mostrada em poucas páginas. Mas vale a pena ficar lá mais algum tempo, no parque de Campismo, ou se fores mais aventureiro, a Margem Norte do Rio Zêzere é fantástica. Aventura-te.
O centro da vila de Constância está apresentado. Agora, é altura de mostrar o que se pode fazer nos arredores, com sapatilhas podes fazer alguns passeios pedestres. E com bicicleta podes fazer vários num só dia. Força!
Pelas 11 horas da manhã, preparámos as bicicletas e estávamos prontos para andar.
Preparámos o nosso almoço volante, sandes de presunto, iogurte líquido, fruta e barras de chocolate.
E começámos a pedalar debaixo de um grande nevoeiro.
Atravessámos para a margem sul do rio Zêzere e avistámos Constância.
Uma colina muito bem humanizada, que faz sentir bem a quem a visita.
Como é aqui que confluem os dois rios, agora é altura de atravessar o rio Tejo, para procurar os trilhos da Margem sul.
Encontrámos a Estrada Nacional 118, e seguimos a Este até encontrar a ponte da Ribeira da Foz. Não foi difícil, pelo menos para a Suzete que rapidamente a encontrou.
Estávamos no Percurso Pedestre da Ribeira da Foz. O início não é muito agradável, pois somos recebidos por uma grande malha florestal de eucalipto cortado. A sinalização de percurso pedestre é inexistente, porque estes trilhos não têm a manutenção que deveriam ter. Vale pela aventura!!!
Sorte a nossa quando encontrámos dois bttistas, que andavam a fazer o passeio do domingo e logo se disponibilizaram para nos mostrar as rotas da terra.
Deixámos os eucaliptos e entrámos nos bosques de carvalho.
Ao longo de todo o vale é possível ouvir as águas da Ribeira da Foz.
Até que chegámos a Vale de Mestre. Segundo os nossos guias, Vale de Mestre está localizado num planalto, e é muito verdade….. as pernas que o digam ai ai ai.
Entre as aldeias de Vale de Mestre e Santa Margarida podemos visitar o Parque Ambiental de Santa Margarida, (PASM). O PASM é um projecto muito atractivo, vocacionado para a observação da natureza, o ecossistema florestal e fluvial, o ambiente urbano e o desenvolvimento sustentável. Possui parque de merendas, lagos, torre de observação ….. e mais…. É um espaço muito agradável para passar com as famílias porque dá para os mais velhotes descansarem e os miúdos divertirem-se.

Atravessado o PASM entrámos na aldeia de Santa Margarida e seguimos para a Base Militar de Santa Margarida, que nos foi muito bem detalhada pelo nosso guia.
No final da avenida que atravessa a base militar (avenida Nuno Alvares Pereira) encontramos o Largo de S. Jorge, onde podemos ver o Nuno Alvares Pereira, equipado a rigor, com a sua arma (bike) pronto para lutar contra o cão de Caldelas.
Brincadeiras um pouco fora de parte, D. Nuno Álvares Pereira e São Jorge estão muito ligados, devido ao culto dos santos nas batalhas da época. São Jorge fora padroeiro de Portugal, patrono dos cavaleiros, da cavalaria, dos soldados e dos peregrinos. Antes, como agora, nem todas as guerras são santas, mas grande parte delas têm um carácter religioso…. É com guerras que a religião preserva a vida… parece incompatível … não terá o Budismo e o seu profeta Dalai-lama algo para nos ensinar …. Católicos…. Vamos passeando e reflectindo …


De uma forma muita mais pacífica, abandonámos a Base Militar e regeneramos o bucho, pois ainda não sabemos o que nos espera. Talvez o cão de Caldelas…. E muito mais.

Começámos a segunda etapa da parte da tarde com uma descida até à Barragem de Caldelas. Atravessámos o nosso medo, o cão, sem o ver, mas com um arrepio só de o ouvir ladrar, um ladrar forte. Sempre com aquele sentimento de “espero que ele não me veja, pois eu só estou de passagem. Uff já passou, agora já não me pode morder, já não estou no seu território”. E assim foi quando chegámos à Barragem, já bem mais tranquilos. E é aqui que começamos o Percurso Pedestre de Vale de Caldelas.

O nosso próximo objectivo é encontrar algum caminho. Ainda nos perdemos, mas nunca desanimamos. Seguimos no sentido Norte até que encontramos uma placa de madeira, que indicara algo, alguns anos atrás, mas que agora só indicava o caminho para um matagal, seguido de um descampado.
Agora o objectivo é encontrar o nosso terceiro e último percurso pedestre. O da Ribeira de Alcolobre. E encontrámo-lo, e muito bonito, não podíamos estar enganados. As águas cristalinas juntas à sinfonia dos pássaros com o som da água a bater nas pedras, fez este cenário.
Parece bonito, então experimentem ir até. A caminha não é nada fácil, mas compensa.
Por falar em coisas difíceis, as pernas começam a fraquejar, mas antes ainda temos que escalar uma pequena colina com a bike às costas. Até que chegámos a um moinho abandonado.
Estávamos muito perto próxima aldeia que se chama Crucifixo.
Para terminar é um excelente nome para a aldeia. Parece que andávamos com um às costas.

Terminámos o percurso pedestre na EN 118, e como se pode concluir é um percurso de grande beleza paisagística, uma vez que parte da sua extensão as encostas das margens da Ribeira de Alcolobre, sempre com uma rica vegetação de sobreiro.
Tudo termina naquilo que começou, e não há nada que comece que não tenha que acabar.
E é assim um pouco de Constância com uma bike nas mãos por essa estrada fora.



sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Óbidos, terra do bom vinho, ginja, que nos faz sentir uns rei no imponete castelo.

Depois de muita insistência, uma leitora, deste post, decidi escrever algo sobre Óbidos e como chegámos a esta Vila.

E assim foi no dia 2 de Setembro.


Pela manhã eu e a minha namorada fomos dar um pequeno passeio pela praia. Fizemos a ciclovia de S. Pedro Moel, quase sempre pela beira-mar. Muito bonito e relaxante, especialmente se não houver muitas pessoas na praia.


Já com o apetite "aberto" estava na hora da "bucha" na Mata de São Pedro.


Depois de uma tentativa falhada de Sesta decidimos ir até ao mar. Pois não se via devido ao nevoeiro. Seguimos de carro rumo ao Sul, sempre na expectativa que o tempo melhorase. Paredes, Nazaré, Sao Martinho do Porto, Foz do Arelho, Chega .... parece que não é este ano que vou mergulhar no mar. Fico-me pela Piscina....

Como a nossa sorte Balnear não estava na nossa maré. trocámos os Chinelos de Praia, pelas sapatilhas e fomos até à Vila de Óbidos.
Aqui ficam algumas fotos....


Porta da Vila
Entrada principal da Vila, é encimada pela inscrição - «A Virgem Nossa Senhora foi concebida sem pecado original» - mandada colocar pelo Rei D. João IV, em agradecimento pela protecção da Padroeira aquando da Restauração da Independência em 1640. No seu interior encontra-se a capela-oratório de Nossa Senhora da Piedade, Padroeira da Vila, com varandim barroco e azulejos azuis e brancos (c.1740-1750) com motivos alegóricos à Paixão de Cristo, representando a Agonia de Jesus no Horto e a Prisão de Jesus.

Padrão Camoniano
Monumento de homenagem a Camões

Rua Direita
Conhecida com esta designação já no séc. XIV, liga a porta da Vila ao Paço dos Alcaides. Nos séculos XVI e XVII a rua Direita sofreu importantes transformações, ficando ocultados alguns dos antigos portais góticos das casas.





Igreja da Misericórdia

Antiga Capela do Espírito Santo, aqui foi fundada pela Rainha D. Leonor a Santa Casa da Misericórdia de Óbidos, segundo a tradição, ainda em 1498. A igreja sofreu várias reformas, sobretudo a partir de finais do século XVI, quando é reedificada, sendo a mais importante, pelo menos no seu interior, a levada a cabo na segunda década do século XVII pelo Provedor da Misericórdia e Prior de São Pedro, Doutor João Vieira Tinoco.
O interior, de uma só nave, está integralmente revestido de azulejos azuis e amarelos de tipo padrão (c.1625-30). Assinale-se o importante conjunto de talha maneirista formado pelo cadeiral/tribuna dos mesários e pelos retábulos. O retábulo da capela-mor, obra do entalhador Manuel das Neves sob risco de João da Costa, ostenta duas grandes pinturas de André Reinoso - a Visitação da Virgem a Santa Isabel e o Pentecostes, de cerca de 1628-1630. Os colaterais, também do entalhador Manuel das Neves, de 1626, dourados por Belchior de Matos que havia pintado o painel da Invenção da Santa Cruz para o do Evangelho, hoje no Museu Municipal, abrigam hoje as imagens do Senhor dos Passos e de Nossa Senhora das Dores, ambas de “roca”, encimados por pinturas também de André Reinoso - Cristo a caminho do Calvário e o Descimento da Cruz.

Igreja de Santa Maria
Igreja Matriz. Erguida no séc. XII e reconstruida no séc. XVI. Possui o túmulo renascentista de D.João de Noronha (1525). Retábulo de Santa Catarina de autoria de Josefa d´Óbidos (1661) e revestimento azejular barroco (1696).



Pelourinho
Coluna de pedra, símbolo do poder Municipal, apresenta as armas reais e o camaroeiro símbolo da Rainha D. Leonor. Encontra-se por cima do chafariz da Praça de Santa Maria, mas deverá ter estado frente à Casa da Câmara (antigamente junto à Igreja de Santa Maria).

Telheiro
Situado na Praça de Santa Maria, junto ao pelourinho, serviu de mercado da Vila até ao início do século XX.
Artesanato

Artesanato
Artesanato
Recorrendo ao que a natureza dá, os objectos artesanais são a justa combinação da matéria, do “acto” industrioso da mão humana e do dom da criatividade, factores que permanecem inalterados até hoje.Em Óbidos, terra de actividades tradicionais, a produção artesanal tem hoje um peso económico relevante associado ao Turismo, predominando a cerâmica utilitária e decorativa, olaria, cestaria, embutidos de madeira, vitrais, têxteis (mantas de tear e de trapos), bordados e tapeçaria “de Óbidos”, renda (croché), paralelamente a actividades complementares da gastronomia, nomeadamente a produção de compotas, mel e licores, destacando-se a famosa ginja de Óbidos.








Castelo


Atribui-se ao Castelo de Óbidos origem romana, provavelmente assente num castro. Foi posteriormente fortificação sob o domínio árabe. Depois de conquistado pelos cristãos (1148) foi várias vezes reparado e ampliado. No reinado de D. Manuel I, o seu alcaide manda construir um paço e alterar algumas partes do castelo. No Paço dos Alcaides salientam-se as janelas de belo recorte manuelino abertas para o interior do pátio. São ainda do seu tempo a chaminé existente na sala principal e o portal encimado pelas armas reais e da família Noronha, ladeado por duas esferas armilares. O Paço sofreu fortes danos com o terramoto de 1755. No século XX estava em total ruína tendo sido recuperado para instalar a Pousada (a primeira pousada do Estado em edifício histórico).


Vista geral da vila

FIM