sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

Em busca dos “fora-da-lei” de Piódão

Cartão de Visita

PIÓDÃO, encosta de lousã
“Entre os morros da Serra do Açor, esconde-se uma aldeia de lousa e tradição. Piódão ergue-se encosta acima, em becos estreitos e casas alinhadas com pequenas janelas de cor azul. É aqui que se pode beber uma boa aguardente de mel ou provar mel com avelãs. E para quem vem à procura de desafios, os passeios pedestres ou de BTT podem tornar a visita ainda mais agradável. A natureza ofereceu à aldeia toda a grandiosidade da Serra do Açor. A beleza é indescritível. A água que corre no vale, que salta nas quedas de água, o som que emite no silêncio da serra e o ar puro que se respira não tem comparação. É assim que se vive no Piódão. Entre um verde arrebatador e as casas de lousa. O traçado típico da arquitectura, a brancura da igreja medieval e a amabilidade das pessoas fica no coração, como uma paixão de amor. E no regresso, ao subir-se a estrada íngreme e serpenteante, leva-se na memória a calma e a beleza de uma aldeia histórica preservada pelo homem e pela natureza”
De sitio da Internet da Carta do Lazer Aldeias Históricas


Acordar com vontade de viajar. Um sentimento que à muito tinha desaparecido. Sempre que acordo sei exactamente onde vou estar e a que horas vou estar. Isso não é muito agradável mas sei que se isso não acontecer algo está mal. Preparo as coisas e parto destino a Ourém. Falo com a Suzete sobre as coisas da vida e assim foi ao longo da viajem. Até que algo mudou o tema de conversa quando nos enganamos em Castanheira de Pêra. Passamos por algumas localidades engraçadas Picha, e logo a seguir Venda da Gaita. Que venha o diabo e escolha entre viver na Picha ou na Gaita.
Nomes à parte seguimos até Serra do Açor, parámos para almoçar na localidade de Côja. Comemos o prato típico, que era Bucho e Cabrito. Foi um bom almoço com vista para o Rio Alva. Por entre curvas e contracurvas lá nos fomos aproximando do destino. Para descontrairmos um pouco apreciámos a paisagem lindíssima e fomos tirando umas fotos.






Para dar o gosto ao campismo. Isso é possível no Parque de Campismo da Bica, localizado da Freguesia de Pomares, a 4 km de Avô, e a 16 km de Côja. Este parque de campismo é banhado pela Ribeira de Pomares. Não tivemos oportunidade de visitar, mas a julgar pelo meio envolvente só pode ser espectacular. Nada como descobrir!

Aqui a tranquilidade está presente ao vermos as cabras a pastarem à beira da estrada. Se calhar o que está mal aqui não são as cabras, mas sim o alcatrão e os carros … !!!


14 h 00 - Chegada a Piódão

Até que finalmente chegamos a Piódão!!! Bonito não é?

A aldeia de Piódão é um exemplo de como o homem consegue chamar lar aos locais da natureza mais hostis.

Tendo em conta a serra ser muito íngreme, as casas localizavam-se muito próximas umas das outras, sendo apenas separadas por ruas estreitas.

As construções são de xisto, adaptando-se de forma harmoniosa à natureza. O xisto servia tanto para a construção dos pilares das casas como dos telhados.



Contrastando com o xisto, cor escura, temos as cores vivas. Neste caso a cor viva, sendo o azul a única cor disponível. Conta-se que a única loja da aldeia só tinha uma cor, dado à sua inacessibilidade. Esta cor servia para pintar as portas e os aros das janelas.









Por cima das portas estão colocadas cruzes invocando a Santa Bárbara para proteger dos trovões.
As casas estão divididas em dois pisos. Sendo o piso inferior, a loja, destinado a guardar os produtos agrícolas e o piso superior para a família. O piso superior estava dividido em pequenos compartimentos.






Dado a inacessibilidade de Piódão, era local privilegiado para refugiar os fora-da-lei. Conta-se que um dos assassinos de Inês de Castro esteve aqui.

O seu topónimo vem de Pia ou Pio, ou segundo a lenda um fora-da-lei fugiu para a aldeia e enviou uma carta à família dizendo que estava no sítio pior do mundo, daí Piódão.



No âmbito religioso temos a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, datada do século XVII e localizada no largo Cónego Manuel Fernandes Nogueira. Este largo tem o nome do padre que criou o colégio de Piódão, sendo o grande Centro Cultural da Beira Interior.






Mesmo no interior da aldeia podemos encontrar a Capela de São Pedro em que a torre do sino encontra-se no telhado e fora construída em xisto.

No final do dia o cansaço estava presente, mas valeu a pena quando se vê coisas novas e por isso vive-se mais.
Obrigado Suzete, Boas Viagens

2 comentários:

Anónimo disse...

Quero apenas mostrar o meu agrado pela inciativa que tiveram ao fazer este blog, continuem !

Contudo, ha apenas um situação que quero referir, em 1385 não haviam romanos em Portugal.

A 14 de Agosto de 1385 deu-se o Batalha de Aljubarrota,o que provavelmente aconteceu foi a passagem do condestavel com o exercito português e alguns cavaleiros ingleses.

Continuem gostei muito de vos ver.

Beijinhos e felicidades

Cila ( madrinha da Susete )

Anónimo disse...

oi pedro, o piodão merece uma viagem de bike, não?
ha, outra coisa... tá muita fixe!!!
pedro oliveira