quarta-feira, 9 de maio de 2007

Pela Cidade de Torres Novas

No dia 8 de Abril o destino foi Torres Novas, para mim é uma forma de voltar às origens. Pois a 20 de Março de 1978, eu estava no mundo pela primeira vez. Não me lembro muito bem como foi, mas do dia 8 de Abril ainda me recordo de alguma coisa que vou contar.
Castelo de Torres Novas

Em 1184, as forças do emir Almóada de Marrocos, Aben Jacub (Iúçufe), acamparam no local até hoje conhecido como Arraial, a Sudeste da povoação. Dali assaltaram a vila, arrasando a sua fortificação, dirigindo-se em seguida para Santarém. No assédio a esta, vieram a ser derrotados, vindo o emir a falecer em conseqüência dos ferimentos recebidos na ocasião.

Por volta de de 1187, sob o reinado de D.Sancho I, foi edificado o Castelo de Torres Novas.

Ainda sob o reinado deste soberano, possivelmente com as obras do castelo ainda em progresso, a povoação sofreu novo assalto das forças Almóadas, agora sob o comando de Abu usuf Ya'qu al-Mansur, irmão do falecido Aben Jacub, vindo a cair após um cerco de dez dias (1190). Deixando guarnição em Torres Novas, as tropas daqui se dirigem ao assédio a Tomar. As forças de D. Sancho I devem ter retomado Torres Novas meses mais tarde de tal forma que, visando incrementar o seu povoamento e defesa, o soberano passou-lhe o primeiro foral, a 1 de Outubro desse mesmo ano, determinando a reconstrução da fortificação.

Após as lutas com Castela, na segunda metade do século XIV, em particular o assédio de 1372, o castelo sofreu obras de ampliação sob o reinado de D. Fernando (1367-1383), época em que foi ampliada a cerca da vila. Os trabalhos foram iniciados em 2 de Janeiro de 1374, conforme inscrição epigráfica, e concluídos em 1376, conforme outra inscrição epigráfica sobre o antigo Arco do Salvador:
"O mui nobre rei D. Fernando mandou fazer esta obra a Lourenço Pais, de Santarém, juíz por el-rei, e foi acabada na era de 1414 (1376) anos e desta obra foi mestre Estêvao Domingues, pedreiro, que isto fez e lavrou."
Durante a crise de 1383-1385, aqui se recolheram as forças de João I de Castela, em Outubro de 1384, regressando do baldado cerco a Lisboa naquele ano. No ano seguinte, as forças de João I de Portugal (1385-1433), assaltaram Torres Novas, forçando a guarnição castelhana da vila a recolher-se ao castelo. Meses mais tarde, com os portugueses vitoriosos na batalha de Aljubarrota, Torres Novas tomou o partido por Portugal recebendo como Alcaide-mor a Antão Vasques.


Com a perda de expressão da vila nos séculos séculos seguintes, frente a outros núcleos, o castelo mergulhou na obscuridade.
No século XVIII foi severamente abalado pelo terramoto de 1755, de tal modo que veio a ser permanentemente abandonado. Na ocasião ruiram quatro das torres e diversos troços da muralha medieval.

Novos danos foram registrados no início do século XIX, durante a Guerra Peninsular, quando da ocupação da vila pelas tropas napoleónicas. Com o crescimento da malha urbana, a cerca medieval foi quase que inteiramente demolida.
Considerado como Monumento Nacional por Decreto publicado em 23 de Junho de 1910), sofreu intervenção de consolidação e restauro na década de 1940, a cargo da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN). Posteriormente, na década de 1970, novas obras vieram a recuperar a Alcaidaria.

Alcaidaria

Actualmente bem conservado, encontra-se aberto à visitação pública. Recentemente, no biênio de 2005-2006, a Câmara Municipal promove um novo projeto de recuperação física e paisagística do monumento e seu entorno, visando dotar a cidade de uma área de lazer valorizando o seu elemento histórico e patrimonial mais importante. O projeto contempla a construção de circuitos pedonais, ajardinamento e reflorestamento, iluminação, entre outras intervenções.

Características

O castelo, de planta aproximadamente retangular, apresentava muralhas guarnecidas primitivamente por nove torres, delimitando a praça de armas.
A cerca da vila era rasgada primitivamente por três
portas, hoje desaparecidas, restando apenas um troço da mesma a Leste do castelo.

A lenda de Gil Pais

Segundo a lenda local, à época da invasão castelhana de 1372, o Alcaide-Mor de Torres Novas, Gil Pais teve um de seus filhos aprisionado quando da tomada da vila pelo inimigo. Cercado o castelo, os castelhanos exigiram a sua entrega em troca do filho do Alcaide. Diante da recusa do magistrado em entregar a praça que lhe foi confiada, assistiu à execução do filho diante das portas do castelo.


A Cidade de Torres Novas

Torres Novas é uma cidade portuguesa pertencente ao Distrito de Santarém, região Centro e subregião do Médio Tejo, com cerca de 14 900 habitantes (17 000 no perímetro urbano). Pertencia ainda à antiga província do Ribatejo, hoje porém sem qualquer significado político-administrativo.
É sede de um
município com 269,50 km2 de área e 36 908 habitantes (2001), subdividido em 17 freguesias. O município é limitado a noroeste pelo município de Ourém, a leste por Tomar, Vila Nova da Barquinha e Entroncamento, a sueste pela Golegã, a sul por Santarém e a oeste por Alcanena.
O concelho de Torres Novas data do princípio da nacionalidade. Foi conquistado aos mouros por
Dom Afonso Henriques em 1148 tendo, depois, a sua sede recebido foral em 1190, por Dom Sancho I. Este foral foi confirmado mais tarde por outros reis portugueses. Além destes forais, o concelho regia-se também pelos documentos denominados "Foros de Torres Novas", reguladores do seu direito consuetudinário, documentos estes considerados de grande importância para o estudo do municipalismo no nosso país. Até à conquista definitiva pelos cristãos, tanto o castelo como a povoação foram sucessivamente destruídos e reconstruídos. Em Torres Novas realizaram-se duas importantes cortes: a de 1438, reunídas após a morte de Dom Duarte, e as de 1535, em que se assinou o contrato de casamento da Infanta Dona Isabel com Carlos V. Sobre a antiguidade de Torres Novas, apenas se poderá dizer que remonta à denominação romana, pois foram descobertas as ruínas de uma cidade romana, a "Vila Cardilium".
A cidade de Torres Novas, é banhado pelo rio Almonda, que nasce na serra de Aire e tem a extenção de 30 km, e desagua na margem direita do rio Tejo.

O rio ao passar por Torres Novas, transmite uma tranquilidade fantástica em que os animais (patos) convivem em harmonia com o Homem, como podes ver na foto. Se quiseres ouvir o som da água a correr pelas pedras tens que ir até lá.







Boas Viagens!

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